
ARTE DE SER PORTUGUÊS
no centenário da sua publicação
no centenário da sua publicação
O Instituto de Ciências da Cultura Pe. Manuel
Antunes, em parceria com o CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas
Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa –, a
Câmara Municipal de Amarante, a Biblioteca Nacional, a Casa da Liberdade
- Mário Cesariny e outras ilustres instituições, encontram-se a organizar o
Triénio Pascoalino, ciclo de Congressos Internacionais que compreende: As
Biografias no Pensamento Português dos séculos XIX-XX, por ocasião dos 80 anos
da publicação de São Paulo de Teixeira de Pascoaes, nos dias
29, 30 e 31 de Outubro de 2014; a celebração do Centenário da
publicação da Arte de Ser Português, nos dias 14, 15 e 16 de
Outubro de 2015; e Teixeira de Pascoaes: Pensamento e Missão.
Congresso comemorativo dos 140 anos do seu nascimento e 65 da sua morte em
Março de 2017.
O distinto alcance científico das contribuições
do 1º Congresso Internacional, dedicado ao género literário das biografias,
torna a realização do 2º Congresso Internacional um coerente prolongamento e um
premente desafio lançado à comunidade académico-científica acerca dos
princípios teoréticos fundamentais da obra do Autor amarantino e do pensamento
português epocal e contemporâneo.
Assim, encontramos no profícuo ano de 1915 a
germinação e estruturação de um manancial de possibilidades e actualizações
histórico-culturais e estético-metafísicas que, pela força motriz e mitogénica
de Portugal, serão incrementadas ao longo de todo o século XX.
Nesse mesmo ano, é publicada a obra de Teixeira
de Pascoaes, intitulada Arte de Ser Português, a par, ainda da
publicação da Revista "Orpheu", instauradora da capital e
vibrátil instauração do modernismo português, pelas figuras de relevo de
Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro, sem esquecer
outros acontecimentos que alterariam radicalmente o modo de pensar e filosofar
do pensamento português e ibérico: desde a influência do criacionismo de Leonardo Coimbra até a comemoração dos 94 anos
da Revista “Seara Nova”, eivada pelas concepções democrático-racionalistas
de António Sérgio.
É assim que ao celebrar o centenário da
publicação da obra supracitada de Pascoaes, exaltaremos, nos primeiros anos do
século, as controvérsias entre o racionalismo / positivismo e o movimento da
filosofia portuguesa, a predominância de um providencialismo messiânico, a
urgência disruptiva do modernismo e, por fim, a presença de um projecto
espiritual, vital e movente, do pensamento português que cruza a totalidade do
século.
A forte e inextrincável expressão do pensamento
português que encontramos nesta obra permite-nos reintegrar o liame primordial
daqueloutra unidade perdida da cultura e povo portugueses, a par de uma teoria
da saudade, cujo ímpeto basilar se revela no pensamento Atlântico. A
heterodoxia e profundidade do pensamento português, aliadas à premente
necessidade de reinstauração da unidade singular da cultura e pensamento
portugueses, marca e sela esta obra como uma das traves-mestras para colhermos o
fio histórico-metafísico do projecto áureo de uma patriosofia, como intenta e
defende posteriormente António Quadros em Portugal, Razão e Mistério.